segunda-feira, 31 de março de 2008

rapper


O G. é o mais radical dos meus filhos.

Por ter dois "mestres do saber" sempre a puxar por ele, o G. vive a um ritmo alucinante que às vezes nem eles o conseguem acompanhar.

Já levou mais pontos na cara que os irmãos juntos no corpo todo.

Partiu um tornozelo a um Domingo e queixou-se só na 4ª feira...e isto tudo ainda só tinha dois anos de idade.

É raro fazer queixas dos outros, porque responde de imediato da mesma forma (ou até pior...)

Está quase sempre em liberdade condicional no infantário, por ser um menino um bocadinho endiabrado...

A última que fez foi em sociedade com um amigo, às escondidas da educadora, em que colocaram uns papelinhos dentro dos ouvidos. Só ao tomar banho é que vi tal proeza e ele diz que sim, que foi ele que pôs lá os papelinhos mas a ideia não, essa não foi dele, foi do outro.

Depois de "pescar" os ditos, ainda fizemos uma visita ao nosso amigo já passava das 22h, que me sossegou com uma limpeza extra aos ditos buraquinhos.


Mas o G. tem tanto de rebeldia como de meiguice e dá os beijinhos mais doces do mundo!!!
Não adormece sem um abraço e um beijo e mais um abraço e outro beijo.
Levanta-se uma média de 5 vezes para saber se eu estou, se estou bem, o que é que estou a fazer, se ainda estou a trabalhar, porque é que não vou dormir...


uns tempos que anda numa onda rap...yooo...e às vezes entra no infantário a dar os bons dias...yooo....a dizer "Olá pessoal"...yooo...


Na semana passada, em que o fim de tarde deu tempo para usar as tintas, pintou este "mano".


yoooo....


quarta-feira, 26 de março de 2008

calorimetry


Depois de umas voltas ao esquema, comecei e acabei esta fita num dia.

O modelo é simples e muito divertido de fazer. É muito quentinha e ajustável com um botão.

Aqui está a tradução para português (adaptado a uma cabeça mais pequena...)


Esta sou eu, é a minha irmã: descubra as diferenças...;D


Agora chovem encomendas: em rosa, para a L., em verde, para a L., em azul, para a L., multicolor, para a L........

terça-feira, 25 de março de 2008

Brincadeiras de Páscoa

Na manhã do Domingo de Páscoa, enquanto o pai andava de casa em casa na Visita Pascal, a anunciar que Jesus ressuscitou, deu-se um milagre na nossa casa: os 3 meninos estiveram horas a construir uma cidade de brinquedos, sem registo de ocorrências ofensivas.


Um casamento filmado pelo repórter presente no evento.





Uma sala de partos (não deve ter sido logo a seguir ao casamento?!!!)




As férias da família.




(e o controlador aéreo não fez greve...)





A estadia num Hotel de 5 estrelas.



A aula de equitação do J., com o "Faísca".





A passagem pelo rally Canelas Dakar (já que outro acabou antes de começar...)





A visita ao Jardim Zoológico (com a L. no colo dos pais).






E o grito feroz do Rei da Selva!!!


RRRRRRR (faz o G.)



À noite, as justas medievais.


sábado, 22 de março de 2008

Vida doméstica



Sou pouco dada a limpezas domésticas, do género aspirar, limpar o pó, lavar os vidros...até me dá arrepios...

Assim que casei, não passaram mais do que 3 semanas os sábados de limpezas e temos tido a ajuda da Tia Ana na desinfestação aqui do burgo. Com a asma da L. e a alergia aos ácaros a limpeza foi reforçada e sempre pelas mesmas mãos, que não as minhas.

Mas em relação à roupa tenho que admitir que sou um pouco esquizofrénica (para não dizer paranóica...)

Não consigo que outra pessoa passe a ferro a nossa roupa, porque não dobra como eu, porque não acomoda no(s) tabuleiro(s) como eu, porque não a separa como eu, porque não verifica todos os rasgos e descosidos...

O que não quer dizer que eu faça bem, apenas é este o meu jeito, quer dizer, o meu e o da minha mãe, que é a única pessoa que me ajuda na tarefa (Será porque foi ela que me ensinou?!!!)

Uma semana de férias da minha mãe, resultou neste monte de roupa interior para dobrar, a parecer um aterro sanitário, para não mostrar os "triplos" cestos de roupa para passar.

Desta vez pedi o apoio dos meninos para me ajudarem a virar as meias do avesso e procurar o respectivo par, o que, com dez pés em casa, já é um bom adianto. Ainda apelei à diversão da coisa, como se fosse um jogo de associação, mas eles não acharam graça nenhuma e viraram as meias sob protesto.

Mas como era inegável que as meias em cima da mesa não eram só minhas, foram vencidos pelos factos e acabaram o trabalho como o combinado e eu consegui dar um bocadinho de uso ao sofá.

Qualquer dia já os deixo estender a roupa...;)

quarta-feira, 19 de março de 2008

Pai com História

O meu pai é Historiador de formação, mas a sua vida tem feito história.

Não só na vida dos seus filhos, mas na vida de filhos de muitos outros pais.

Essa devoção, vocação e até obstinação deixou-o muitas vezes longe do aconchego da nossa casa. Passamos muitos dias, semanas até, sem o ver, mas todos os dias o ouvimos a perguntar pelas aulas, pelos testes, pelos amigos e dizendo sempre,

- Mas está tudo bem, não está, filha(o)?!


Sem esperar uma resposta negativa ou sequer vacilante. E nós concordávamos, pedindo depois o colo da minha mãe para os conflitos da infância, as dúvidas da adolescência, os dramas da juventude.

A profissão do meu pai é professor, que iniciou aos 18 anos. Um professor que jogava à bola com os alunos nos intervalos, para escândalo das suas ilustríssimas colegas. Levava à praia, a pé, os seus 55 alunos, de quem ainda se recorda o nome completo.

Feliz ou infelizmente, as suas convicções chamaram-no para a política, a que dedicou a maior parte da sua vida.

Foi um dos responsáveis pelas primeiras eleições livres na sua terra em tempos do jovem Estado Democrático e esteve no palco em comícios onde se alvejavam os oradores.

Passou por várias funções, nacionais e locais, mas seguiu sempre as mesmas convicções, os mesmos princípios, aqueles que nos ensinou e aqueles que têm orientado as nossas vidas.

Nenhum dos 3 filhos lhe seguiu as pisadas na política por sentirmos demasiado fortes as dores dos bastidores, das maledicências e das incompreensões.

Como ele diz tantas vezes:

- Já dei para esse peditório!


Nós também já demos, demos o tempo em que sentimos a sua ausência, o seu bom humor e de alguma tranquilidade.

Conta-nos a minha mãe que foi um actor excepcional e de um bom humor fora de série, mas já não fomos a tempo de ver os seus melhores momentos, mas isso também é crescer...

Como a mãe dele, gosta de mandar e manda bem, até demais!

Tem um coração do tamanho do mundo e é o homem mais generoso que conheço. Desdobra-se para ajudar os outros, nós e todos os que lhe atravessam o caminho.

Aos de casa satisfaz demasiados caprichos (os "madeirenses" para a minha mãe, os camarões para o meu irmão, as cerejas para mim e os ovos moles para a minha irmã) e ninguém pode tocar naquilo que ele trouxe para o outro... Chega a ser caricato...

Vira livrarias à procura de livros de música, bordados e desporto e trá-los de todos os lados do mundo.

Deixou-nos aos 3 esse gosto pelo conhecimento, dos livros e das viagens, que continua a fazer na companhia do seu grande amor, a sua namorada de toda a vida.


Por acreditar realmente no trabalho que faz e por gostar mais da sua terra do que de si próprio vem sofrendo muitas injustiças que tem suportado com muita valentia e resistência, com uma inacreditável capacidade de se reinventar, reorganizar e direccionar as suas capacidades para outras áreas, sobretudo a da escrita.

Obstinado por defeito, quando inicia algum projecto, gostaria de o ter acabado no minuto anterior.

Devemos-lhe também a energia sempre positiva para os grandes projectos na nossa vida, estimulando-nos para ir em frente, para arriscar, para ousar e ... "se houver problemas, cá estamos nós para os resolver".


É um pai para o pai dos meus filhos, a quem lembra constantemente que o tempo com os filhos é precioso, passa depressa, tão depressa que ele não chegou a aproveitar como gostaria.

Também é um menino grande, carente de mimo e atenção e chora como chora uma criança, como eu choro, porque somos demasiado parecidos.


Este texto é para ele, porque talvez não conseguisse dizê-lo tão tranquilamente cara a cara e que só irá ler daqui a uma semana quando voltar de mais uma viagem, senão estaria a ligar-me no minuto seguinte a eu terminar de o escrever.

E ficou tanto por dizer...

terça-feira, 18 de março de 2008

Desafinados

Começam a ficar desafinados os gostos do meus muitos, apesar de idades próximas e de energia equivalente, já vão dando sinais das suas afinidades particulares, das suas tendências muito próprias.

Ontem fomos confrontados com os factos:

A L. a pedir para ver as Winx e o J. a dizer


- Por favor, esse filme é para miúdas!!!

Então, há que procurar um filme bem assustador, com monstros muito feios, que dão gritos arrepiantes, só para homens corajosos, como ele e o pai.

O G. atrelou-se às miúdas e ainda assim saltou para o meu colo quando as bruxas ameaçavam a pobre da Bloom...

Bem, o que eu sei é que, com esta brincadeira do cinema, ando a comer pipocas para além do permitido e não há aula de ginástica que derrube as calorias a mais.

À parte este problemasinho menor da lambarice, constato que vamos cada vez mais ao grande ecrã ver os filmes de animação, o que é, sem dúvida nenhuma, outro consolo.

E porque, nos últimos anos não aparecem filmes novos só nas férias de Natal e da Páscoa, nós levamos com uma overdose de cinema que obriga qualquer família numerosa a tentar a sessão de 2ª feira para poupar uns trocos para as pipocas.


Jantar antes da sessão, banho expresso depois e leitinho ao deitar, já os tinha na cama às 22.30h.

Ufa!


E por falar em desafinados, a L. agora lembrou-se (e lembra-me todos os dias e a toda a hora) que para além de pianista (e bailarina, e professora, e cozinheira, e cabeleireira) também quer ser guitarrista.



- Mas tu não tens tempo, já tens muitas actividades...

- Tenho sim, à 5ª feira e ao Domingo à tarde estou livre!

domingo, 16 de março de 2008

dia especial




Na areia da praia, o G. já faz um "nome"...



um "homem"...




e um "peixe"...




No fim da tarde de 6ª feira, voltamos sempre (ou quase sempre) e a L. já diz que é o melhor dia da semana.


O que um dia a menos de trabalho da mãe (bendita semana dos quatro dias) faz a mais na vida deles...e na minha!


É mesmo o melhor dia da semana!


Acabamos o dia com uma fornada de bolinhos de côco feitos pelo G.




Aqui vai a receita:

4 ovos

150 gr açúcar

200 gr côco


Misturar tudo e levar ao forno quente em forminhas de papel até ficarem douradinhos.


Nota: Se for feito pelos filhos sabe muito melhor!


quinta-feira, 13 de março de 2008

Bonjour!

Já sabia que o cansaço me deixava irritada, ansiosa e acelerada.

Agora percebi que também me deixa patética!


O meu trabalho na loja já me fez telefonar para o Japão, resgatar o meu melhor castelhano (que é do pior que se possa imaginar), potenciar o meu inglês e recordar o meu francês que, de todas, é a que me flui mais facilmente (ou 9 anos de estudo não dessem tempo para isso...)


Na escrita, vale-me o google (translate) que, como diz um amigo, "é o melhor amigo do Homem"!


Mas ao telefone a coisa muda de figura e nem vale a pena dizer que fala de Portugal, que o ritmo linguístico do lado de lá não adoça.


Há dias, a pensar no que ia dizer a um fornecedor francês por causa de uma encomenda (colis, estava eu a recordar) que foi entregue em más condições, passo por um colega de trabalho e saúdo-o com o convincente Bonjour!

(cof, cof) Bom dia!


A minha reputação nunca mais será a mesma...

quarta-feira, 12 de março de 2008

Se Maomé...


...não vai à montanha, vai a montanha a Maomé!



Se não pode adormecer no sofá, então leva o sofá para a cama!



É assim que o G. vai contornando algumas regras, sem precisar desobedecer, acaba por fazer o que pretende.



Sem que alguém se apercebesse da habilidade, já tinha adormecido sobre a sua poltrona...

segunda-feira, 10 de março de 2008

falange




A falange do anelar esquerdo, quase quase a chegar à falanginha, conta parte da minha história.


Sou vaidosa, admito, gosto de acessórios, reconheço, mas não é o luxo que trago no meu dedo, sou eu e os meus amores.


O primeiro é o anel de namoro, escolhido e concebido pelo meu namorado de sempre, só para mim, só para o meu dedo, ainda não tinha eu a maioridade.


O segundo está ali há 10 anos e foi lá colocado debaixo de uma forte chuva de Maio.


Pouco tempo antes recebeu o terceiro, que é de noivado, com 5 pedras, ainda sem imaginar que nós iriamos ser uma família de 5.


Depois vieram os filhos, e com eles um anel com o seu nome e a data de nascimento, oferecidos pelo pai.


Nunca os tiro do dedo, ou só o faço quando corro o risco de os perder.


Superstição ou cisma, a verdade é que há uns tempos perdi o do G. por umas horas e o meu coração não sossegou enquanto não o encontrei, mesmo sabendo que o G. estava bem.


Que seja vaidade, mas todos têm para mim um forte valor afectivo, simbolizam etapas da minha vida e fazem-me sentir mais próxima dos meus amores.


domingo, 9 de março de 2008

Chegou...



...o presente da Luísa, do PIF em que fui uma das felizardas ganhadoras.

Estava muito curiosa sobre o que seria, sabendo do enorme talento que a Luísa tem revelado a quem a visita. Não estava enganada.

Recebi um estojo para guardar agulhas e alfinetes, com uma bolsinha para a tesoura. Feito em patchwork e bordado em sashiko. Mais bonito que isto só ao vivo.



Obrigada Luísa! (que ainda me presenteou com dois lindos tecidos)


Agora tenho que trabalhar para cumprir a minha promessa. Mas atenção, não criem tão grandes expectativas..;)

quinta-feira, 6 de março de 2008

papel de parede

A sala do G. tem o canto da casinha remodelado e pediram à família dos meninos que decalcassem as suas mãos em papel para forrar as paredes da casa. Cada membro da família com uma cor diferente dos outros, para que os meninos soubessem quem são quando estão lá a brincar e sintam a sua presença até à hora de voltar para casa.
Em casa, o G. foi o primeiro a pintar a mão:

- De azul, que é a cor dos olhos de nós todos!

O J. quis um dedo de cada cor e divertiu-se a encontrar novos tons na mistura das cores primárias.
A L. gostou da ideia do irmão, mas deu-lhe um toque feminino, achando por bem usar cor de rosa e amarelo...

- que é a cor do meu cabelo, para o G. saber que é a minha mão.

Como a operária de serviço era eu, tratei de aproveitar a tinta cor de rosa e assim ficou a minha marca.
O pai, apesar de inconformado com o magenta a fazer o lugar do vermelho, pintou a mão nas cores da bandeira nacional (ou da selecção Nacional, porque do Benfica já nem lhe vale a pena ;))


E porque lá em casa estas coisas nunca correm sem acidentes de percurso, depois de bem seca, o G. lembrou-se de recortar a sua mão (salvo seja, a de papel) e cortou-lhe um dedo (ooops) e lá tivemos que pintar uma nova minutos antes da chegada do "João Pestana".

Vai ficar muito colorida a casinha da sala azul!

terça-feira, 4 de março de 2008

pela manhã...

...acorda, mal se vêm os olhos, salta para o meu colo e dá-me um abraço muito, muito apertado...

-Bom dia filha, então, isto é frio ou é só preguiça?
-É mimo!-responde.

Que booom!!!! E já me dizem que passa depressa....

segunda-feira, 3 de março de 2008

Imparável!




Dos três, a L. é quem tem mais actividades extra escolares, por opção e devoção.


Sem falsa modéstia, estou certa que dará uma excelente pianista, uma elegante bailarina e até agora, uma óptima aluna.


Na água também esbraceja bem, mas "faltam-lhe uns centímetros assim" para ser nadadora de competição (e eu feliz da vida...)


Ainda tem inglês uma vez por semana e não fossem os nossos argumentos, de falta de tempo e limites financeiros, ainda andava na informática, e no hip hop, e na dança, e no basquete, e na patinagem e eu sei lá mais o quê!!!


Acorda sempre bem disposta e não há sono que a derrube quando está na hora de mais um dos seus compromissos.


Há dias, enquanto lhe secava o cabelo, disse-me que ainda não sabe o que quer ser quando for grande. Ou melhor, ela até sabe, sabe que quer ser várias coisas, só não sabe como...
- Eu gostava de ser professora, pianista cozinheira e cabeleireira.
- Ainda tens muito tempo para decidir.
- Acho que vou ser mesmo professora...porque o resto eu posso ser em casa: toco piano, faço o jantar e penteio o cabelo à minha filha.
Já temos a mesma cor de olhos, a mesma cor de cabelo (e agora corte, porque eu virei teenager), a mesma falta de centímetros de altura e o mesmo feitio respingão, só faltava mesmo ela ter a mania de ter muitas profissões...

Há coisas que estão realmente nos genes!!!


(lá em cima sou eu com a idade dela)